ATUALIDADE

03/09/2020

A PERSEGUIÇÃO AO CRISTIANISMO NA ÁFRICA E NO MUNDO

"Em oito dos dez países onde é mais difícil ser cristão, a perseguição vem principalmente do extremismo islâmico, porém essa não é a única fonte de perseguição."

PASCOM MATRIZ DE SANTO ANDRÉ - SP
POR EDUARDO E MARILISA DE SANTO ANDRÉ - SP

De acordo com relatório da ONG Open Doors, cerca de 260 milhões de cristãos foram "severamente perseguidos" em todo o mundo em 2019. Um número crescente, embora a quantidade de fiéis mortos por causa de sua fé tenha diminuído.

A ONG entende por "perseguição" toda e qualquer violência, começando por uma opressão diária mais discreta e que pode chegar ao assassinato.

Com todos os tipos de perseguições combinados, a Coreia do Norte está no topo do ranking, seguida por Afeganistão, Somália, Líbia, Paquistão, Eritreia, Sudão, Iêmen, Irã e Índia.

A Nigéria permanece no topo dos países com o maior número de cristãos mortos por sua fé.

Além disso, em um ano, o número de igrejas atingidas (fechadas, atacadas, danificadas, ou queimadas) aumentou cinco vezes em todo mundo.

Em oito dos dez países onde é mais difícil ser cristão, a perseguição vem principalmente do extremismo islâmico, porém essa não é a única fonte de perseguição. Entre os tipos de perseguição mais frequentes estão opressão comunista, antagonismo étnico, opressão islâmica, nacionalismo religioso e paranoia ditatorial. As religiões predominantes nos países que mais perseguem os cristãos são o islamismo, o budismo e o hinduísmo.

Segundo um recente relatório provisório publicado no Reino Unido, estima-se que um terço da população mundial padeça alguma forma de perseguição religiosa, sendo os cristãos o grupo mais afetado.

A África, que já é o lar do maior contingente de cristãos do mundo, é uma dessas regiões.

Grupos terroristas não são as únicas fontes de perseguição na África. Os cristãos também são alvos de muitos governos e indivíduos muçulmanos.

Embora não esteja entre os países com o maior número de cristãos perseguidos, Moçambique também sofre com a escalada da violência extremista, onde várias igrejas foram queimadas, pessoas decapitadas, meninas raptadas e centenas de milhares de pessoas deslocadas pela violência.

Em junho, houve relatos de que os insurgentes decapitaram 15 pessoas em uma semana. No entanto, o bispo Dom Luiz Fernando Lisboa, bispo da diocese de Pemba, disse que a crise em Moçambique foi amplamente recebida com "indiferença" pelo resto do mundo.

"O mundo ainda não tem ideia do que está acontecendo por causa da indiferença, ainda não temos a solidariedade que deveria haver", disse.

Mais de 1.000 pessoas foram mortas em ataques no norte de Moçambique desde 2017, de acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

O Papa Francisco abordou o sofrimento na região de Cabo Delgado na sua mensagem do Domingo de Páscoa Urbi et Orbi, pedindo oração pelas "pessoas que estão a atravessar graves crises humanitárias, como na região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique". Durante sua visita a Moçambique, em setembro do ano passado, o Papa Francisco exortou os líderes da Igreja no país a buscarem soluções através do diálogo, ao invés do conflito. "A Igreja em Moçambique é convidada a ser a Igreja da Visitação. A Igreja em Moçambique não pode ser parte do problema de rivalidade, desrespeito e divisão que coloca uns contra outros, mas sim uma porta para soluções, um espaço onde o respeito, o intercâmbio e o diálogo são possíveis".

Voltemos nosso olhar e nossas orações para todos os cristãos do mundo, para que possam professar a fé em Cristo em paz e sem perseguições.